sábado, 29 de maio de 2010

Onde está o respeitável público?

Ji-Paraná tem teatro, tem atores e peças teatrais. A única coisa que falta é público para apoiar os trabalhos artísticos nativos.



O rapaz de gravata vermelha é o ator Otávio em uma de suas apresentações artísticas.


Ji-Paraná também tem teatro, onde constantemente são feitas apresentações artísticas, mas há um problema: “Há quem queira se apresentar, mas ainda falta público”, explica Otávio Miguel Chaves Souza, ator do grupo independente de teatro Companhia Auá.

O ator explica que o grande problema é a falta de interesse da parte das pessoas, “Existem peças ótimas produzidas aqui, melhores até que algumas que vieram de fora, só falta as pessoas conhecerem”.

Apesar do teatro em Ji-Paraná não render muito dinheiro, Otávio continua persistindo devido seu amor a arte. Pois foi no teatro que ele se encontrou, “Seja nos palcos, nos ensaios ou em oficinas de teatro, eu me sinto leve, solto. Como se aquele espaço fosse só meu”.

Quanto a interpretação de personagens, Otávio diz que cada ator tem sua técnica. “Eu particularmente incorporo o personagem” conta.

A água não pode esperar



Na manhã de 21 de maio, sexta-feira, um trator foi arrumar o chão de terra das ruas Dom Bosco e Vilagran Cabrita, ambas pertencentes ao bairro Casa Preta. A vendedora Maria José da Conceição escutou um barulho na rua e foi verificar, “O motorista passou com o trator em cima de um cano e o quebrou” relata.


Sueli Araújo Rodrigues, outra moradora conta que não é a primeira vez que acontece isso no local. “Moro aqui há 19 anos, e todo ano vejo um trator quebrar um cano”. Sueli diz que sua ex-vizinha sofria com isso, “Ela ficava sem água e quando procurava a CAERD, eles demoravam entre 20 a 30 dias para arrumar o cano”. Por causa disso, essa ex-vizinha mudou-se para Vilhena.


Aparentemente ninguém ficou sem água no bairro. Aquela sexta-feira acabou e o fim de semana chegou, o cano quebrado continuou a desperdiçar água. As crianças logo acharam uma utilidade: “Era tanta água jorrando que as crianças resolveram tomar banho e se divertir” conta Elielson Santos, morador do bairro há um ano.


Ainda no sábado, dia 22, o Jornal Adão Lamota entrou em contato com a CAERD. Dos cinco números de telefone disponíveis na lista de contato da cidade, apenas um atendeu. O atendente não soube responder as informações, porém, disse que mandaria funcionários para verificar o problema. Os moradores dizem não ter visto ninguém.


Durante o fim de semana o cano não foi concertado, a água continuou “indo embora”. O problema só foi resolvido na manhã de segunda-feira, dia 24 de maio, três dias depois.


Cleide Resende, coordenadora do curso de biologia do Ceulji/Ulbra, acha que essa demora foi um descaso com a água, um recurso que pode acabar. “A CAERD poderia ter um plantão para poder conter esse desperdício”, Ela ainda conta que “não é a primeira vez que eu me deparo com uma situação dessas, já vi canos estourados como esse e a CAERD também demorou tomar providências”.

Clique aqui e veja um vídeo do cano estourado

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Na mira do pneu

Professor fala sobre o saudável convívio entre espécies e como os animais podem ser protegidos da confrontação com carros.


O mesmo meio que nos transporta, também pode virar uma arma, é abaixo de pneus que muitos animais perdem suas vidas.


Todos já ouviram que há vinte anos Rondônia era só “mato”, como os mais velhos explicam. Esse mato já abrigou muitas espécies de animais, que ainda facilmente encontramos por nossa cidade. “A vivência desses animais conosco não é algo necessariamente ruim, signfica que temos uma água boa, um solo bom, uma boa qualidade de ar. Quando o ambiente é muito poluído, existem menos espécies vivendo nele" conta o professor de biologia do Ceulji/Ulbra Antônio dos Santos.

Conviver com a diversidade realmente não é algo ruim, o problema é quando há um confronto entre estruturas humanas e animais. Um exemplo dessa confrontação é o atropelamento de animais, algo comum em nossas estradas. "Nesse caso, os animais saem perdendo, são atropelados de um modo geral" acrescenta o professor.

O professor logo fala da solução: "Existem locais que as estradas são altas, possibilitando que os animais passem por baixo, evitando atropelamentos". O professor ainda sugere que "a engenharia e arquitetura poderiam desenvvolver novas tecnologias considerando as características ecológicas desses animais".

Vitória, um pau-brasil que não desiste

Apesar de estar "plantada", a árvore Vitória participa das brincadeiras dos alunos da Escola Adão Lamota. E aguentar essas brincadeiras durante dez anos, não foi fácil.


Vitória: brasileira, persistente e xodó dos funcionários e alunos.


Se a árvore Vitória pudesse falar, contaria muitas histórias. Ela chegou na escola Adão Lamota como uma pequena muda entre os anos de 1998 e 1999. Sua magreza e aparente “falta de nutrição” fazia as pessoas pensarem que não passaria dali. “A árvore era fininha com um pouco mais de um metro, achávamos que a morte dela era certa” conta Jane Maria Rodrigues, professora da escola desde 1996.

Além de ser debilitada, a árvore agüentou muita peraltice, “As crianças viviam passando por cima dela, a árvore quebrou várias vezes” relata a professora. O clima ajudava a judiar de Vitória, “A chuva deixava as raízes dela encharcadas, e ela caia”.

Felizmente a natureza foi mais forte. Vitória é um pau-brasil, e por ser brasileira não desiste nunca. Professora Jane reflete: “Ninguém achava que ela ficaria como é hoje”. Vitória está no pátio da escola, motivo que a faz participar das brincadeiras das crianças que sobem nela, aproveitam sua sombra e os fortes galhos para amarrar cordas e fazer um balanço.

Professora Jane conta ainda que o que um aluno de seis anos com Síndrome de Down faz: “A primeira coisa que ele faz quando chega a escola é procurar a árvore para brincar com suas folhas”.

Vitória ainda tem tempo para ensinar crianças e adultos a melhor lição: a de ser persistente para conquistar a vitória.

Radio na escola ajuda no desenvolvimento de crianças

Por Edimarlon Oliveira Campos

A aluna Larissa grava suas falas de apresentadora do programa "Intervalo Ecológico".


Na escola Adão Valdir Lamota o que não falta são crianças carregadas de um vigor que não finda. O barulho é inevitável principalmente sob o calor tropical intenso que recarrega as energias que já não eram poucas, porém por alguns instantes, o barulho cessa, ouvimos apenas uma voz infantil dizendo: -Boa tarde, começa agora a Rádio Escola. Esta é uma iniciativa de Vinicius Mello que leva o contato da produção radiofônica a crianças de 08 a 12 anos, alunos do projeto Mais Educação.

Mais Educação é um projeto do governo federal que visa tirar as crianças da vulnerabilidade, dar alimentação de qualidade, conhecimento, cultura e tirar o contato de alguns perigos que possam atingi-la.Para o desenvolvimento de cada atividade, o governo federal repassa recursos para ressarcimento de monitores, materiais de consumo e de apoio.

O programa de rádio será gravado na própria escola Adão Valdir Lamota, onde Vinicius da aula nas quartas e sextas no período da tarde, editado por Vinicius e posteriormente veiculado nos corredores da Ulbra e também disponibilizado no blog do Jornal Adão Valdir Lamota.

O projeto de rádio é outro subsidio para melhorar a qualidade da educação e que as crianças vão passar a conhecer. A aula de Jornal na escola melhora a escrita, oralidade e a comunicação.

"O resultado já esta acontecendo e é evidente, as crianças estão mais disciplinadas e melhoram bem o desenvolvimento e a compreensão em sala de aula", afirma Isabel Moreira Mohr, Vice Diretora da escola Adão Valdir Lamota.

Ouça o programa de rádio produzido com os alunos

sábado, 22 de maio de 2010

Cano quebrado desperdiça água no Casa Preta

Moradores afirmam que todo ano um trator quebra algum cano e a água é desperdiçada, eles ainda dizem que a empresa responsável pela distribuição de água demora para resolver o problema.
Moradora afirma que depois de estourar o cano, o motorista foi embora.

Na manhã do dia 21 de maio, um trator foi arrumar o chão de terra das ruas Dom Bosco e Vilagran Cabrita, pertencentes ao bairro Casa Preta. De acordo com a vendedora Maria José Vieira da Conceição, 23 anos, moradora do bairro há um ano, depois de meio-dia o trator estourou um cano. “Depois de ver o que fez, o motorista foi embora” conta Maria. (Clique aqui e veja um vídeo do estrago)

A vendedora de 53 anos, Sueli Araújo Rodrigues, mora na rua mais tempo, para ela o cano quebrado não é nenhuma novidade, “Já tem 19 anos que moro aqui. Todo ano o trator vem arrumar a rua e quebra o cano”. Pode-se dizer que ainda existe uma parte pior nessa história: “A CAERD demora cerca de 20 a 30 dias para arrumar esse cano” conta a moradora.

Aparentemente as casas próximas ao acidente não ficaram sem água, porém, os moradores temem que esse desperdício chegue até o bolso deles.


Até a manhã de hoje (22/05) o problema não foi resolvido. O morador Elielson Santos conta que o cano quebrado ganhou uma utilidade. "As crianças estão aproveitando para tomar banho".


O blog Adão Lamota entrou em contato com a CAERD para confirmar o que os moradores dizem, ninguém soube responder. O atendente informou que irá mandar funcionários para verificarem o problema.



segunda-feira, 17 de maio de 2010

Rondonienses apostam em concurso

Com a esperança de mudar de vida, mais de 5.000 rondonienses se inscreveram no concurso da Caixa Econômica Federal, que aconteceu no último domingo, dia 16.



Você gostaria de trabalhar seis horas por dia e ganhar R$1.452,00 por mês? Com essa proposta de emprego, a Caixa Econômica Federal fez com que 700.211 brasileiros se inscrevessem para concorrer a vaga de técnico bancário novo. Segundo dados publicados no site do CESPE, foram 248.688 inscritos em São Paulo e no Rio (locais que teve um concurso exclusivo) e mais de 400.000 no resto do país.

Os números em Rondônia também impressionaram. Foram 3.093 em Ji-Paraná e 2.286 na capital. Os interessados em participar do concurso que moram nas cidades de Cacoal, Jaru, Ouro Preto, Pimenta Bueno, Rolim e Vilhena tiveram que se inscrever em Ji-Paraná, motivo que fez o município ter mais inscritos que Porto Velho.

Entre os candidatos estava a dona de casa de 43 anos, Vera Lúcia Silva. Ela quer ter um emprego com todas as vantagens que o concurso está oferecendo. Porém, a falta de tempo apareceu como vilã. “Estudei pouco, mas tenho esperanças de passar”. Caso não passe, Vera diz sorrindo que “a vida continua”.

A funcionária pública Vilmara Araújo, 27 anos, veio de Cujubim com um objetivo. “Estou fazendo o concurso com esperança de transferir para um lugar com faculdade, onde moro não é muito acessível”. Vilmara também estudou pouco, mas isso não foi motivo para desânimo. “Espero passar e ser chamada” finalizou.

Clique aqui e veja os gabaritos e as provas do concurso.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Um Novo olhar

Acadêmicas do curso de pós-graduação de Psicopedagogia da FAMA adquirem uma nova forma de olhar criança.

Integrantes do trabalho de conclusão de curso pousam para a foto.


No dia 30 de abril, a diretora da escola Adão Lamota, Betânia Viera de Carvalho apresentou seu trabalho de conclusão do curso de pós-graduação de Psicopedagogia Clínica e Institucional pela FAMA (Faculdade da Amazônia).

O grupo da diretora que “virou aluna novamente” apresentou um trabalho com um olhar diferente, algo que mudou o rumo da pesquisa. Esse olhar se referia à criança observada na anammnese (investigação da dificuldade) que revelou algo diferente da “queixa” do aluno. Segundo a mãe e a escola, essa criança tinha indisciplina. “Descobrimos que esse não era o problema do garoto que analisamos, na verdade ele tinha problemas com a autoestima” explica Betânia.

A diretora também conta que existem muitas crianças na escola com problemas de autoestima, e que para ajudá-las, os professores devem se preparar com “cursos, livros ou pesquisa”. Ela ainda lembra que “a profissão não é fácil”.

Na entrevista ao Adão Lamota Blog, Betânia finaliza com uma frase utilizada para reforçar a argumentação sobre a importância de buscar conhecimentos com o objetivo de ajudar, “A valorização do ser humano é melhor do que a salarial”.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Mãe, fica perto de mim

Alunos homenagearam as mães com jograis, mensagens e canções.


Alunos, mães e funcionários da escola Adão Lamota se reuniram na última sexta-feira, dia sete de maio. O evento aconteceu em três turnos e trouxe uma programação repleta de homenagens: canções, mensagens, jogral, poesia e solidariedade – algo que ficou por conta da rifa que teria os lucros destinados a uma mãe que queria pagar a cirurgia de seu filho.



Entre as homenagens, houve choro. "Vimos mães com lágrimas, completamente emocionadas" relata a vice-diretora Isabel Morh. "Algumas diziam que não tinham percebido que seus filhos cresceram.



Isabel Morh conta que esse evento comemorativo serve para aproximar a escola e a comunidade. Como Isabel também é mãe – de quatro filhos, ela explica que não gostava muito dessa data porque estava longe de sua família, que mora em São Paulo. "Hoje meus filhos me animam e me fazem sentir especial"

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Cadê a vida que estava aqui? O fogo queimou!

O título acima é de um livro escrito pela professora Carmen Figueiredo e por estudantes da 1° a 7° série, filhos de agricultores e de índios de Roraima. O livro foi tema de uma das aulas da oficina de jornalismo do Programa Mais Educação do colégio Adão Lamota, e foi nessa aula que os alunos escreveram frases para conscientizar a população de Ji-Paraná.
É muito comum encontrar fogueiras como esta na época da seca.

Quando pensamos em natureza, uma série de reflexões sobre nossa relação com ela vem em mente. Os verbos desmatar, poluir e consumir tem feito parte do nosso cotidiano, comprometendo aquilo que temos de mais valor: a vida. Felizmente existem pessoas preocupadas com as consequencias da nossa relação com o meio ambiente. Essas pessoas engajam-se para ensinar os outros seres humanos a respeitarem o ambiente que vivem. Carmen Figueiredo é uma professora que adotou o meio ambiente como sua principal preocupação. "Eu queria que todos vocês entendessem que meio ambiente não é bicho nem planta. Meio Ambiente é tudo e todos" disse ela em uma entrevista ao site divertudo.

Ela tornou-se escritora quando saiu de Brasília e foi para Amazônia -necessariamente em Roraima - conhecer a realidade dos povos indígenas. Ao chegar lá, Carmen se deparou com algo: os estudantes índios não tinham livros que falassem sobre o que eles viviam. Para mudar isso ela publicou o livro "Cadê a Vida que estava aqui? O Fogo queimou!" que teve a participação de alunos filhos de índios e de pequenos agricultores - pessoas que vivem da terra.

O livro conta a triste história de um incêndio que aconteceu em Roraima no período da seca em 1998, e destruiu cerca de 14.000 km². Animais morreram, as florestas ficaram arrasadas e a tribo dos Yanomani ficou completamente comprometida, afinal, eles viviam da caça e do que as florestas produziam. A professora não se preocupou em encontrar culpados, mas através do livro quis ensinar que um fogo considerado "insignificante" pode se tornar um incêndio, principalmente quando se trata de época da seca, período que iremos entrar nos próximos meses.

Rondônia também tem algumas semelhanças com Roraima - além do nome que as pessoas de fora insistem em confundir. Em nosso estado observamos várias pessoas praticando um hábito que aparenta ser inocente, mas que também nos compromete: As queimadas, sim, aquela queima de gramados, restos de jardim ou galhos de árvore secos. É até fácil encontrar fogueiras em nossas cidades, nossas ruas estão acinzentadas e de vez em quando nos deparamos com um ar nada agradável (fumaça) que incomoda e agrava a situação de quem tem problemas respiratório. Ainda dá para citar a zona rural, onde as pessoas plantam, colhem e queimam. As pessoas ainda não se dão conta que um solo que é constantemente queimado fica infértil, algo que pode ameaçar quem vive da terra, como na história do livro. Existe um culpado? Sim. Carmem Figueiredo diz no livro que o culpado é o fogo.


Pesquisa

Vinte e seis moradores do bairro Casa Preta responderam um questionário sobre o assunto ao Jornal Adão Lamota, descobriu-se que doze deles sofrem ou têm alguém da família que sofre de problemas respiratórios, vinte afirmam ver fogueira nas ruas frequentemente, e quando se deparam com as queimadas, dezessete sentem-se indignados e nove se consideram a situação indiferente.
Na escola

Na oficina de jornalismo do colégio Adão Lamota o livro virou tema da aula do dia 23 de abril. Após verem o que aconteceu com Roraima e a tribo dos Yanomami, os alunos escreveram frases para conscientizar a população de Rondônia.(Veja o quadro)