segunda-feira, 3 de maio de 2010

Cadê a vida que estava aqui? O fogo queimou!

O título acima é de um livro escrito pela professora Carmen Figueiredo e por estudantes da 1° a 7° série, filhos de agricultores e de índios de Roraima. O livro foi tema de uma das aulas da oficina de jornalismo do Programa Mais Educação do colégio Adão Lamota, e foi nessa aula que os alunos escreveram frases para conscientizar a população de Ji-Paraná.
É muito comum encontrar fogueiras como esta na época da seca.

Quando pensamos em natureza, uma série de reflexões sobre nossa relação com ela vem em mente. Os verbos desmatar, poluir e consumir tem feito parte do nosso cotidiano, comprometendo aquilo que temos de mais valor: a vida. Felizmente existem pessoas preocupadas com as consequencias da nossa relação com o meio ambiente. Essas pessoas engajam-se para ensinar os outros seres humanos a respeitarem o ambiente que vivem. Carmen Figueiredo é uma professora que adotou o meio ambiente como sua principal preocupação. "Eu queria que todos vocês entendessem que meio ambiente não é bicho nem planta. Meio Ambiente é tudo e todos" disse ela em uma entrevista ao site divertudo.

Ela tornou-se escritora quando saiu de Brasília e foi para Amazônia -necessariamente em Roraima - conhecer a realidade dos povos indígenas. Ao chegar lá, Carmen se deparou com algo: os estudantes índios não tinham livros que falassem sobre o que eles viviam. Para mudar isso ela publicou o livro "Cadê a Vida que estava aqui? O Fogo queimou!" que teve a participação de alunos filhos de índios e de pequenos agricultores - pessoas que vivem da terra.

O livro conta a triste história de um incêndio que aconteceu em Roraima no período da seca em 1998, e destruiu cerca de 14.000 km². Animais morreram, as florestas ficaram arrasadas e a tribo dos Yanomani ficou completamente comprometida, afinal, eles viviam da caça e do que as florestas produziam. A professora não se preocupou em encontrar culpados, mas através do livro quis ensinar que um fogo considerado "insignificante" pode se tornar um incêndio, principalmente quando se trata de época da seca, período que iremos entrar nos próximos meses.

Rondônia também tem algumas semelhanças com Roraima - além do nome que as pessoas de fora insistem em confundir. Em nosso estado observamos várias pessoas praticando um hábito que aparenta ser inocente, mas que também nos compromete: As queimadas, sim, aquela queima de gramados, restos de jardim ou galhos de árvore secos. É até fácil encontrar fogueiras em nossas cidades, nossas ruas estão acinzentadas e de vez em quando nos deparamos com um ar nada agradável (fumaça) que incomoda e agrava a situação de quem tem problemas respiratório. Ainda dá para citar a zona rural, onde as pessoas plantam, colhem e queimam. As pessoas ainda não se dão conta que um solo que é constantemente queimado fica infértil, algo que pode ameaçar quem vive da terra, como na história do livro. Existe um culpado? Sim. Carmem Figueiredo diz no livro que o culpado é o fogo.


Pesquisa

Vinte e seis moradores do bairro Casa Preta responderam um questionário sobre o assunto ao Jornal Adão Lamota, descobriu-se que doze deles sofrem ou têm alguém da família que sofre de problemas respiratórios, vinte afirmam ver fogueira nas ruas frequentemente, e quando se deparam com as queimadas, dezessete sentem-se indignados e nove se consideram a situação indiferente.
Na escola

Na oficina de jornalismo do colégio Adão Lamota o livro virou tema da aula do dia 23 de abril. Após verem o que aconteceu com Roraima e a tribo dos Yanomami, os alunos escreveram frases para conscientizar a população de Rondônia.(Veja o quadro)

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