quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Um dia de Sete de Setembro

A experiência do primeiro desfile de um garoto


Acordei, devo estar atrasado, pulei da cama de repente e quando olhei pelas brechas da janela ainda estava escuro, voltei a dormir.
Meu nome é Nicolas, tenho 8 anos e estudo o 3ª ano do ensino fundamental na escola Adão Valdir Lamota.

Atrasado

Mamãe me acordou as 6h e 15m, fui correndo me vestir, minha mãe já tinha preparado as minhas roupas: uma camisa branca com o emblema da escola, uma bermuda jeans verde musgo e um tênis da mesma cor. As roupas lembravam o exercito, mas com certeza não foi de propósito, minha mãe não acha legal a idéia de me ver servindo ao exercito na verdade nem policial ela quer que eu seja.
Seria o meu primeiro dia desfilando no 7 de setembro, meu irmão disse que várias pessoas morreram para que eu pudesse viver e não ser um escravo dos portugueses e este desfile seria uma das maneiras de agradecer a estas pessoas. Eu estava muito animando e sentia que até podia sair voando se eu realmente quisesse, até tentei um pouco longe dos olhos de minha mãe, seria uma tragédia se ela me visse voando, mas não aconteceu nada, acho que meus poderes estão vindo aos poucos.
Da escola até minha casa são duas quadras, no caminho senti que minhas mãos estavam geladas, senti que aquela seria uma manhã repleta de novas sensações.
Quando cheguei à escola já tinha bastante gente lá, alguns corriam de um lado pro outro, alguns brincavam, meninas ensaiavam passos de dança, outros apenas sentavam e observavam. Nossa! Havia gente fantasiado de advogado, piloto de corrida, cowboy e até de onça.

Frase estranha

Quando o professor me viu ele me pegou pela mão e logo e levou para ver as placas que meu iria carregar. Uma das placas dizia: “A sociedade é maior que mercado. O leitor não é consumidor, mas cidadão. Jornalismo é serviço público, não show”, o professor me disse que essa era uma citação de Alberto Dines, e seria perfeita para alguns pessoas que fazer telejornalismo e mostram pais de familia mortos na TV, eu sinceramente não entendi muito bem o que a citação queria dizer, mas sabia que era importante, eu não gostaria de ver minha mãe morta na TV.

Lanchinho


Chamaram os alunos para lanchar e fui junto, a fila estava pequena em comparação aos dias normais, um colega na minha frente que estava vestido de lutador de karatê e na frente dele tinha um fantaziado de boto, foi... diferente, em que outro lugar do mundo poderia ter essas duas coisas na mesma fila?

Deixa pra próxima

Voltei do refeitório e o ônibus já tinha chegado, ele estava na frente da escola, todo mundo queria entrar no ônibus ao mesmo tempo, logo o ônibus ficou lotado, não tinha espaço algum e pior eu estava do lado de fora, o ônibus se foi.
Por algum tempo achei que ficaria pra traz e meu primeiro desfile não aconteceria. Quando ouvi a diretora dizer: “... vai sim, o ônibus vai fazer duas viagens...” ufa! Foi um alivio. Fui na segunda viajem do ônibus e o lado bom é que ele não estava tão lotado quanto da primeira vez, na medida em que a distância do local do desfile ficava menor, minhas mãos suavam mais. Assim que cheguei lá, minha nossa! Quanta gente! Tinha muitas escolas e cada escola muita coisa diferente, como por exemplo: um de leão de pelúcia em cima de uma viatura da polícia, índios, bailarinas, capoeiristas, até personagens de historinhas como a Chapeuzinho Vermelho e a Bela Adormecida estavam lá.

Ao som da fanfarra

No momento em que a fanfarra começou a tocar eu comecei a marchar quase que involuntariamente, desci a Avenida Brasil, a emoção era muito grande, eu tinha medo de errar o passo na hora da marcha, parecia que todo mundo estava olhando pra mim, quando estava quase chegando ao palanque onde as autoridades ficavam, eu olhava pra frente sem fixar o olhar em ninguém foi ai que eu percebi alguém familiar no meio da multidão, minha mãe, ela acenou para mim e bateu continência, como se eu fosse do exercito. Eu sorri e continuei. Depois que passei pela frente do palanque meu pai estava me esperando e me levou para junto da mãe, ela estava feliz, e disse que eu estava desfilando muito bem.
Este foi meu primeiro desfile de Sete de Setembro, espero que os mortos que lutaram pelo Brasil e pela independência tenham gostado tanto quanto minha mãe, porque eu nunca vou esquecer o sorriso dela.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Começam os preparativos para evento patriótico


Já inicia os preparativos para o desfile de 7 de setembro, na escola Adão Valdir Lamota. O evento serve para cultivar nos futuros cidadãos brasileiros o amor pela pátria, saber que os direitos que temos hoje foram conquistados com esforço, porém o patriotismo vem sendo esquecido ao longo do tempo, “vivemos numa época que ninguém canta o hino nacional, e se canta é só por obrigação e sem amor” desabafa Claudinéia que é professora de séries iniciais.


Não houve desfile ano passado, pois o risco era grande dos alunos serem infectados com o surto de gripe A. Na escola grande parte dos alunos irão participar, assim como os alunos projeto ‘Mais Educação’ serão representados, dentro deste projeto são lecionadas várias temáticas como: dança, pintura, xadrez, karatê, recreação, matemática, jornalismo e informática. Cada uma destas matérias terá espaço no desfile sob a instrução respectivo professor de cada matéria.


O evento esta previsto para o dia 7 de setembro que cai numa terça-feira, na parte da manhã. As 6h e 30min um ônibus, cedido pela Semed(Secretária Municipal de Educação), vai estar na frente da escola à espera dos alunos para leva-los até o local do desfile que será na Av: Brasil percorrendo o espaço da T8 até a T1.