sexta-feira, 30 de abril de 2010

Ponte: Mesmo que reformar sua casa com você dentro

Apesar de parada, no dia 7 de abril, a ponte sobre o Rio Machado parou novamente, só que dessa vez foi por uma boa causa: O Movimento Ponte Livre reuniu vários manifestantes que exigiam o mais rápido possível a entrega da obra (que iniciou fim de 2008 e a entrega estava prevista para fim de 2009). O movimento foi formado por várias entidades empresariais de Ji-Paraná, uma delas foi a ACIJIP, instituição que o entrevistado Charles Hilgert faz parte, e é ele que esclareceu algumas duvidas que foram publicadas no Adão Lamota.


Os manifestantes colaram adesivos do movimento em carros e motos.


ADÃO LAMOTA - Você acha que a obra da ponte iniciou de forma planejada? Em algum momento as autoridades pensaram em não causar transtornos à população jiparanaense?
Charles Hilgert - Nós entendemos que nenhuma autoridade faria uma obra desse vulto pensando em causar transtornos à sociedade, e sim em resolver problemas maiores futuros. É certo que fazer uma obra desse vulto com fluxo de veículos sobre a mesma é muito mais difícil. Usando a comparação que foi citada pelo Engenheiro Eusébio, Diretor da empreiteira contratada, é o mesmo que realizar uma reforma em sua casa com você morando dentro.

ADÃO LAMOTA - O trânsito é uma realidade em grandes metrópoles. O que você acha dessa realidade em Ji-Paraná?
Charles Hilgert -
O grande fluxo de veículos na cidade de Ji-Paraná é fruto da atual fase de desenvolvimento e crescimento pelos quais nosso estado está passando. Prova desse fato é o aumento de empresas e novos negócios que surgiram nos últimos anos e continuam surgindo todos os dias. Isso se reflete em nossa economia, com maior distribuição dessa riqueza gerada. Todos estão podendo participar desse bom momento.

ADÃO LAMOTA - Como surgiu a ideia do movimento ponte-livre?
Charles Hilgert -
Surgiu da necessidade da sociedade em geral em função dos problemas que a obra da ponte vem infringindo ao nosso município e a todo o estado de Rondônia. É notório que essa obra é necessária, porém complexa, visto estar sendo executada ao mesmo tempo em que está sendo utilizada, porém os prejuízos que vem causando aos negócios internos de nossa cidade estão chegando a um momento crítico. Acreditamos, juntamente com várias outras instituições de nosso município, como CDL, JICRED, OAB, e outros adeptos ao movimento que foi uma maneira ordeira e sem prejuízos ao já precário trânsito na ponte, de sensibilizar os órgãos responsáveis por sua execução quanto a urgência de conclusão da mesma.

ADÃO LAMOTA - Depois de um tempo parada, as obras parecem ter voltado - com menos trabalhadores que antes - Você se sente vitorioso?
Charles Hilgert -
As entidades de classe fizeram essa manifestação no sentido de sensibilizar aos nossos mandatários sobre a urgência de conclusão dessa obra. Temos plena convicção de que todos os esforços estão sendo feitos pra acelerar ao máximo sua conclusão.

ADÃO LAMOTA - O que o senhor acha da explicação do atraso? Assis Canuto disse à imprensa que a ponte atrasou porque não estava previsto o reforço da ponte antiga, e com esse serviço adicional aumentou-se o orçamento, e projeto retornou a Brasília.
Charles Hilgert -
Até onde pudemos acompanhar através da mídia e de audiências públicas realizadas sobre o assunto, nossa ponte é de uma execução complexa, visto a necessidade da construção de duas pontes novas e de projeto moderno, uma de cada lado de uma ponte antiga, construída há mais de 40 anos e com estrutura pra veículos menores dos que estão atualmente rodando em nossas estradas. Não temos condições de opinar sobre questões técnicas da execução do projeto criado pelo DNIT pra solução dessa duplicação de ponte, mas acreditamos que todas as atitudes necessárias pra que seja concluída com agilidade e rapidez são foco dos esforços do DNIT, Prefeitura de Ji-Paraná e da empreiteira contratada.

ADÃO LAMOTA - Agora com a fiscalização do DNIT, o senhor acha que a ponte será entregue em 60 dias?
Charles Hilgert -
A obra é fiscalizada desde seu início pelo DNIT, por se tratar de obra em rodovia federal, pela Prefeitura Municipal, por ser a administradora da verba, e principalmente por nossa população, que diariamente precisa passar por ela. Em Audiência Pública realizada pela Câmara de vereadores de Ji-Paraná, foi informado pela empreiteira responsável que está com toda a estrutura pronta pra entrar na ponte e entregar somente as quatro pistas de rolagem, ou seja, a parte superior da ponte, dentro desse prazo. Porém é necessária uma autorização do DNIT pra iniciar esse processo. A obra da ponte somente será concluída após as correções na parte velha da mesma, as quais dependem dessa autorização do DNIT, e tomará mais tempo. Mas estas pistas de rolagem liberadas pra tráfego já normaliza a questão para os Ji-Paranaenses.

ADÃO LAMOTA - Já que estamos em ano de eleição, que mensagem o senhor deixaria aos políticos que irão sair e os que vão entrar?
Charles Hilgert -
Nossa mensagem é pra que estejam cada vez mais sensíveis a causas da classe empresarial, e dos demais membros de nossa sociedade. Nós já estamos com uma carga tributária sabidamente alta e precisamos de muitos investimentos em infraestrutura e nos demais serviços públicos. Nossa legislação trabalhista precisa ser modernizada, bem como a legislação tributária. Sabemos que muito esforço tem sido empregado nestes assuntos. Muito mais será necessário empregar, e com maior agilidade. Estamos convictos de que todos os candidatos estão cientes destes e de muitos outros problemas que deverão ser sanados.

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