segunda-feira, 26 de abril de 2010

Mais Educação planta, alunos e monitores colhem

O Mais Educação, projeto do Governo Federal incentiva que os alunos passem mais tempo na escola participando de atividades. Os estudantes não são os únicos a aprenderem. Os monitores também sentem que aprenderam algo diferente em cada aula.

Por Vinícius Mello

A monitora Ruany usa versículos bíblicos para incentivar as crianças a digitar.

Quando estreou em 2008, o Projeto Mais Educação trouxe uma proposta: acesso ao conhecimento fora da velha grade escolar. Estudantes de todo o país começaram a ter atividades extracurriculares com acompanhamento pedagógico. “O Governo Federal seleciona as escolas que serão implantadas o projeto” explica Betânia Vieira de Carvalho, diretora da EMEIEF Adão Lamota, escola que adotou o Mais Educação.

A escola que Betânia é diretora foi uma das selecionadas para implantar o projeto, agora os alunos participam de oficinas de dança, informática, artes, recreação e produção de jornal. “Essas atividades só trazem benefícios, já que com o Mais Educação, as crianças passam mais tempo na escola, evitando ficar nas ruas aprendendo algo sem retorno” conta a diretora. “Outro benefício do projeto é a hora da refeição, como alguns alunos vem de famílias de baixa renda, na escola eles podem comer”.

O projeto também dá chances a estudantes como Ruany Ruiz Batista de 15 anos. Ela mora no distrito de Nova Colina, que fica a 32 km de Ji-Paraná. Durante a semana Ruany tem suas obrigações, mas é nas quartas e sextas-feiras que a rotina muda: ela é monitora de informática na Escola Adão Lamota. “Aproveito um ônibus que sempre vem a Ji-Paraná”. Ela conta que sempre planeja o que vai ensinar nas oficinas, “Preparo apostilas com antecedência para minhas aulas”.

Uma coisa ficou clara nas oficinas: os monitores também aprendem, Ruany explica que já teve experiências anteriores cuidando de crianças, mas dar aulas é a primeira vez. “Em minha opinião ensinar também é fazer parte da família”. Já Audiciane Nogueira, monitora de Matemática, diz que aprendeu a ser mais paciente e amável, porque seus alunos precisam dessa dedicação. “Gosto de ensinar matemática porque sei que ajudo a estimular a imaginação dos alunos, algo que desenvolve a personalidade deles”.

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